quarta-feira, 9 de novembro de 2011

OS DONS DO ESPÍRITO SANTO

OS DONS DO ESPÍRITO SANTO

Diz o Catecismo da Igreja Católica :


1830 . – A vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. Estes são disposições permanentes que tornam o homem dócil aos impulsos do Espírito Santo.

1831 . – Os sete dons do Espítrito Santo são : a sabedoria, o entendimento, o conselho, a fortaleza, a ciência, a piedade e o temor de Deus. Pertencem, em plenitude, a Cristo, filho de David. Completam e levam à perfeição as virtudes de quem os recebe. Tornam dóceis os fiéis na obediência às inspirações divinas.



No Antigo Testamento podemos ler em Isaías :

-“ Brotará uma vara do tronco de Jessé e um rebento das suas raízes:
- Espírito de Sabedoria e de Entendimento.
- Espírito de Conselho e de Fortaleza.
- Espírito de Ciência e de Temor de Deus.
- E pronunciará os seus decretos no Temor do Senhor”. (Is. 11,1-3).

Nestas palavras o profeta, Isaías indicou os Dons que devia possuir o Messias. Do mesmo modo estas palavras nos ensinam quais as qualidades especiais que hão-de receber os que seguem a Jesus, segundo a Economia Divina, quando eles recebem os Dons dos Espírito Santo.

Quando nós recebemos os Dons do Espírito Santo, recebemos os mesmos Dons que possuía o Messias, Jesus Cristo. O que é que estes Dons significam para nós ?
- Os Dons do Espírito Santo são qualidades especiais que nós recebemos principalmente no Sacramento da Confirmação (ou Crisma).

Por isso se diz que a Confirmação é o Sacramento do Espírito Santo. Por ele nós recebemos um crescimento e aprofundamento da graça baptismal, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica, ao tratar dos efeitos da Confirmação :

1302. - Ressalta desta celebração que o efeito do sacramento da Confirmação é a infusão do Espírito Santo em plenitude, tal como outrora aos Apóstolos, no dia de Pentecostes.

1303. - Daqui que a Confirmação venha trazer crescimento e aprofundamento da graça baptismal:

- Enraíza-nos mais profundamente na filiação divina, que nos permite dizer Abba! Pai! (Rom.8,15).

- Une-nos mais intimamente a Cristo.
- Aumenta em nós os Dons do Espírito Santo.
- Torna mais perfeito o laço que nos une à Igreja.
- Dá-nos uma força especial do Espírito Santo para propagar e defender a fé, pela palavra e pela acção, como verdadeiras testemunhas de Cristo, e para nunca nos envergonharmos da Cruz.

Na mesma ordem apresentada por Isaías, nós temos ainda hoje os mesmos Dons do Espírito Santo e a Tradição acrescentou mais o Dom da Piedade.

Eis o que se deve entender por cada um deles :

Sabedoria : É o oposto à Estreiteza de espírito.A pessoa sábia não olha as coisas apenas de um ponto de vista, mas sim de maneira integral. Sabedoria significa ver as coisas de todos os ângulos. É esta larga visão que faz as pessoas sábias e é neste sentido que nos pode ajudar o Dom da Sabedoria.

Entendimento : Significa a Ciência do coração. Entender significa ver a partir do coração das outras pessoas, sentir e conhecer os sentimentos e as atitudes do coração das outras pessoas. É neste sentido que nos pode ajudar o Dom do Entendimento.

Conselho : Significa tomar boas decisões. Para se poderem tomar boas decisões é necessário um trabalho preparatório; ver as alternativas e prever as consequências. Então, quando a pessoa julga, o seu julgamento será correcto. É neste sentido que nos pode ajudar o Dom do Conselho.
Fortaleza : Significa que é preciso viver as decisões tomadas, sejam quais forem as dificuldades. Significa coragem para viver as próprias convicções, a qualquer preço. É neste sentido que nos pode ajudar o Dom da Fortaleza.

Ciência : Significa um conhecimento claro do mundo tal como ele é para cada um, conforme a época da vida em que se vive. O mundo vai mudando e é preciso interpretá-lo a seu tempo. É neste sentido que nos pode ajudar o Dom da Ciência.

Piedade : Significa ter na devida conta e apreço o valor da vida e tudo o que a mantém e suporta. O Dom da Piedade é para se enfrentar a realidade e responsabilidade de cada um, como por exemplo, os pais dedicarem-se aos seus filhos com todo o cuidado e ternura. Cada um deve assumir as suas responsabilidades. É neste sentido que nos pode ajudar o Dom da Piedade.

Temor de Deus : Significa que se deve reconhecer com profundos sentimentos de respeito e amor, que se está sempre na presença de Deus. Assim mais facilmente se reconhece o perigo do erro e do pecado bem como a vantagem do bem e do cumprimento do dever. É nesse sentido que nos pode ajudar o Dom do Temor de Deus.

Porque dá Deus os Seus Dons ao Seu Povo ?

Os Dons do Espirito Santo não são concedidos às pessoas apenas para sua felicidade pessoal no contexto da Economia Divina. Eles são concedidos para o bem da sua comunidade, para o bem de toda a Igreja e para o bem do mundo inteiro.

Os Dons do Espirito Santo são concedidos para ajudar a construir o Corpo Místico de Cristo e para o tornar santo. Os Dons do Espirito Santo tornam o Povo de Deus capaz de viver como Jesus viveu.

Os Dons do Espirito Santo concedem às pessoas tudo o que elas necessitam para se tornarem membros activos e plenamente participantes da vida cristã, elementos vivos da Igreja Católica.

Embora todos nós sejamos membros da Igreja Católica desde o dia do nosso Baptismo, todavia, todos nós, mais ou menos, temos dificuldade em cumprir tudo o que a Igreja Católica nos ensina.

No dia de Pentecostes, quando Pedro teve que falar para uma enorme multidão, ele resumiu o que é a fé da Igreja Católica nestes termos :

- "Homens de Israel, escutai estas palavras : Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós, por Seu intermédio, como vós próprios sabeis, a Este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, matastes, cravando-O na cruz, pela mão de gente perversa. Mas Deus ressuscitou-O, libertando-O dos grilhões da morte, pois não era possível que ficasse sob o seu domínio (... ) Foi a esse Jesus que Deus ressuscitou, do que nós somos testemunhas. Tendo sido elevado pela direita de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vedes e ouvis.. (... ). Saiba toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus estabeleceu, como Senhor e Messias, a esse Jesus por vós crucificado". (Act.2,22-36)
Mais tarde, no ano 325, os chefes da Igreja reuniram-se no Concílio Ecuménico de Niceia para estudarem e decretarem sobre as verdades da fé Católica e formularam o chamado Credo de Niceia que ainda hoje é recitado na Missa, e o qual inclui 14 decretos de Fé.

Os Dons do Espírito Santo são dons necessários para o plano da História da Salvação.

O DESCANSO DOMINICAL

O DESCANSO DOMINICAL
Diz o Catecismo da Igreja Católica :
2185. - Aos domingos e outros dias festivos de preceito, os fiéis abstenham-se de trabalhos e negócios que impeçam o culto a prestar a Deus, a alegria própria do Dia do Senhor, a prática das obras de misericórdia ou devido repouso do corpo e do espírito. As necessidades familiares ou uma grande utilidade social constituem escusas legítimas em relação ao preceito do descanso dominical. Mas os fiéis estarão atentos a que legítimas desculpas não introduzam hábitos prejudiciais à religião, à vida familiar e à saúde.
A segunda obrigação para a celebração semanal do Domingo é o Descanso. À volta deste tema evoluíram outras tradições religiosas. Durante os primeiros três séculos do Cristianismo não havia qualquer tradição particular ou disciplina que proibisse o trabalho ou qualquer actividade ao Domingo.
Nem os baptizados estavam dispensados ou proibidos de trabalhar ao Domingo na primitiva Igreja. Muitos dos trabalhadores pertenciam a uma classe de pessoas mais humildes e até escravas. Quando a situação económica melhorou alguma coisa, tornou-se então popular a ideia de descansar um dia por semana.
Por seu lado, o desenvolvimento da celebração da Eucaristia como um rito ou culto obrigatório, sugeria que o dia de Descanso fosse ao Domingo. Um dia de Descanso semanal estava relacionado com a necessidade humana, reconhecida pela autoridade civil Romana, de haver um intervalo regular para a monotonia do trabalho, isto é, um dia de Descanso.
No dia 3 de Março (ou de Julho) de 321, o Imperador Constantino ordenou um feriado semanal consagrado para a "Veneração do dia do Sol". Este feriado teve como motivo, mais o culto e devoção pelo dia do Sol, como já tinha feito seu pai, do que por uma convicção religiosa.
Todavia esse decreto de Constantino, dava aos Cristãos os mesmos privilégios que tinham os pagãos para as suas festas durante todo o ano. O motivo para juntar o dia do Descanso com o culto do Domingo, não estava ligado ao sábado judaico nem ao cumprimento do 3° Mandamento.
Também não foi o motivo para descansar nesse dia. Quando os primeiros escritores cristãos fizeram a interpretação do 3° Mandamento para os baptizados, aconselharam a abstinência de actividades pecadoras tanto nos domingos como nos outros dias.
S. Jerónimo, e mais tarde o Concílio de Orleães (538) condenaram qualquer ligação entre o sábado judaico e o Descanso do Domingo cristão. Foi-se tornando, todavia, mais comum a compreensão da interligação dos Dez Mandamentos com o conteúdo da vida cristã.
A disciplina da Igreja sobre o Descanso do Domingo, foi-se acentuando e, em 589, o Concílio de Narbonne foi convocado para a proibição e respectivas penalidades do trabalho ao Domingo. Em 789, o Imperador Carlos Magno proibiu o trabalho do Domingo como violação do 3° Mandamento.
Esta proibição alastrou por toda a Igreja. Nunca houve, todavia, uma disciplina unânime sobre o género de trabalhos proibidos aos Domingos. Geralmente consideravam-se proibidos os trabalhos considerados desnecessários, ou que impedissem a Missa dominical e perturbassem a santidade desse dia. Fazia-se uma especial referência aos trabalhos físicos.
Presentemente a lei da Igreja é positiva :
Cân.1247. - Nos Domingos e dias santos de guarda os fiéis estão obrigados a abster-se daqueles trabalhos que impedem de prestar culto a Deus, a alegria que é própria do Dia do Senhor ou impedem o descanso para o espírito e para o corpo.
Por sua vez o Concílio Vaticano II estabeleceu :
- (... ) O Domingo é, pois, o principal dia de festa a propor e inculcar no espírito dos fiéis; seja também, o dia da alegria e do repouso. Não deve ser sacrificado a outras celebrações que não sejam de máxima importância, porque o domingo é o fundamento e o centro de todo o Ano litúrgico. (SC 106).
Por aqui se compreende que todas as actividades que se fazem por prazer, distracção, e relaxamento do corpo ou do espírito, não são considerados trabalhos proibidos ao Domingo.
Estão neste caso, ver TV, praticar desporto, desenhar ou pintar, fazer croché, e tudo o mais que se possa considerar um "Hobby", desde que não impeçam os deveres de culto e contribuam para a alegria e repouso do Dia do Senhor.
Falando dos Trabalhadores para a Messe do Senhor, evidentemente, falamos de um direito humano, mas não excluímos o direito ao descanso dominical pelas razões apontadas, nem esquecemos o que a Igreja ensina sobre o trabalho do Domingo.
O Santo Padre convida todos os católicos a assistirem à Missa Dominical, como base da formação moral e religiosa para a nossa sociedade.
O Catecismo da Igreja Católica sobre o Terceiro Mandamento diz em vários números:
* A Sagrada Escritura faz, a este propósito, memória da criação. (2169).
* A Sagrada Escritura revela ainda, no dia do Senhor, o memorial da libertação de Israel. (2170).
* O agir de Deus é o modelo do agir humano. (2172).
O mundo de hoje, profundamente materializado, numa linha de negócio, mas com a desculpa ou convicção de que é para o bem público, já não respeita devidamente o descanso dos Domingos, abrindo ao público os grandes Supermercados em que se jogam os interesses materiais com a obrigação do trabalho para os respectivos empregados, que, em muitos casos vão perdendo o interesse pelo culto sagrado do Dia do Senhor.

John Nascimento

BÍBLIA : SOLA SCRIPTURA E A INTERPRETAÇÃO INDIVIDUAL - DIÁLOGO CATÓLICO & PROTESTANTE!

BÍBLIA : SOLA SCRIPTURA E A INTERPRETAÇÃO INDIVIDUAL - DIÁLOGO CATÓLICO & PROTESTANTE!
Enviado por doutrina em 26/06/2011 05:29:00 (628 leituras)
Autor: Rafael Rodrigues
Fonte: apologeticacatólica.org


Uma das principais diferenças entre católicos e protestantes reside na questão de onde está a autoridade. Enquanto os católicos aceitam a autoridade da Igreja e da Tradição, os protestantes afirmam que seguem apenas a Bíblia (sola Scriptura), e que cada crente tem a última palavra sobre a interpretação final em termos de preocupações de doutrina e prática (interpretação pessoal ou livre exame da Bíblia.)

Mas, para entender um pouco mais esta forma de pensar eu traduzi uma conversa fictícia entre um católico e um protestante apologista Dave Armstrong, que se reproduz em seu livro, “Mais evidências bíblicas para o catolicismo”:

Protestante (P): X é uma verdadeira doutrina, é verdade, porque está na Bíblia.

Católico (C): Segundo qual tradição denominacional?

P: A nossa …

C: Como você sabe que a sua tradição é a verdadeira e as outras são falsas?

P: Porque nós somos os únicos que têm a interpretação mais fiel da Escritura, pois somos os mais bíblicos.

C: Como você sabe que sua interpretação é mais fiel às Escrituras?

P: Por que nossa exegese é a mais harmoniosa e coerente com o texto e, portanto, o ensino mais claro da Bíblia.

C: Mas o resto das tradições protestantes afirmam a mesma coisa …

P: Devo dizer com grande respeito e amor que eles estão errados.

C: Como você sabe que eles estão errados? Se os protestantes não tem que ser tolerantes uns com os outros em suas “diferenças”, especialmente nos pontos “secundários”?, Mas você está chamando seus irmãos em Cristo “errados”

P: Eu sou obrigado, porque eles não conseguiram a correta hermenêutica e exegese, e eu devo ser fiel à verdade bíblica.

C: Mas como você sabe que eles falharam em seu método de interpretação?

P: Através da Bíblia e do estudo lingüístico, eo consenso dos estudiosos e comentadores.

C: Mas eu repito: Aos outros são dados os mesmos privilégios e competências.

P: Então, novamente eu digo: errado. Eles devem ter ficado cegos por seus preconceitos e pressuposições, ou até mesmo por seus pecados.

C: Como você sabe?

P: Porque eles chegaram a conclusões erradas sobre o que a Bíblia ensina claramente.

C: Francamente, o seu é um raciocínio circular. Mas mesmo aceitando a sua resposta eu pergunto: Como pode essa pessoa incauta e não buscadora da verdade escolher esta denominação como aquela que ensina a verdade sobre as Escrituras?

P: Olhando para aquele que é mais bíblica.

C: Não comece isso de novo (risos). Todos afirmam ser.

P: Bem, então, aquela que é apostólica e tem raízes nos primórdios da Igreja.

C: Então os pais devem ser estudados a fim de determinar quem é a verdadeira tradição apostólica?

P: Sim, eu acho.

C: Mas se você achar que a grande maioria dos pais tinha uma posição em qualquer doutrina contrária à sua posição?

P: Então, eles estavam errados sobre esse ponto.

C: Como você sabe?

P:Por que estudo as Escrituras

C: Então, quando tudo estiver dito e feito, é irrelevante o que a Igreja cristã ou os pais ou a Igreja tem acreditado em toda a história?

P: Não completamente, mas devo julgar se o que eles alegaram está em conformidade com a Bíblia.

C: Então você tem a última palavra e, portanto, é o árbitro final de cada tradição e da doutrina cristã?

P: Bem, se você quiser colocá-lo dessa maneira, sim.

C: Não é arrogante?

P: Não tanto quanto um papa e um grupo de pessoas mais velhas com chapéus vermelhos e vestido, me dizem o que acreditarr (risos)

C: Então você se faz o árbitro final de cada doutrina cristã, e objeta o Papa que faz um pronunciamento infalível a cada cem anos ou mais? É irônico! Sem dizer que isso te faz uma espécie de ” Super Papa “

P: Você diz que quiser, mas nós o chamamos o primado da consciência individual.

C: Então você acha que sua própria opinião individual e “consciência” é superior à combinação do consenso de centenas de anos da história da igreja, os pronunciamentos do papa, a tradição da igreja e concílios ecumênicos …

P: Sim, porque se uma doutrina não é bíblica, por isso deve denunciar qualquer tradição dos homens, que é o caso.

C: Mas como você sabe que é uma tradição humana?

P: Por que não concordam com a Bíblia ….

C: Com base em que tradição denominacional?

P: A nossa …

C: Eu vou embora, já estou ficando com uma dor de cabeça …
Uma discussão similar há algum tempo atrás eu com um protestante e foi muito frustrante ver como ele não podia sair desse círculo vicioso. No seu caso particular, era completamente inconsciente da diferença entre a Escritura e sua interpretação. Para ele, o que ele achava da Bíblia foi o que ela disse, e quem é interpretava de forma diferente estava errado e ponto, seja por não estudar o suficiente,por não ter o Espírito Santo, ou ser cegado pelo pecado, por ter ” herdado” preconceitos do catolicismo romano, e etc. Foi também curioso vê-los citar eruditos: Se o que eles disseram foi em conformidade com o que ele alegou, sua opinião foi válida, mas se não, uma maldição.

Depois de tudo o que temos é o que se poderia chamar de “cafeteria do cristianismo”: Cada pessoa escolhe quais as doutrinas querem acreditar, toma dali e daqui igual ao consumidor com seu carrinho de compras passa através das prateleiras do supermercado e comprar o que quiser nas quantidades que preferir.
Escusado seria dizer que esta posição acaba por ser só inviável para alcançar a unidade doutrinária que exige a Igreja de Cristo (1 Coríntios 1.10), mas que ela não é bíblica por negar a autoridade instituída por Cristo na Igreja (Lc 10, 16) como administradora dos mistérios de Deus (1 Coríntios 4.1).

Não admira que este pensamento foi soprado ao protestantismo em grupos cada vez menores para gerar milhares de denominações. Ainda hoje é possível encontrar diferenças entre as denominações semelhantes diferenças extremamente grave. Existem Igrejas Luteranas e Presbiterianas que apóiam o aborto e outras não, o casamento gay há alguns que apóiam outros não, o que não nada senão é apenas um sintoma de como a corrupção penetrou profundamente na não só em suas praticas mas em suas doutrina (não podemos descrever de outra forma os que concordam e justificar o assassinato de bebês em gestação e a sodomia.)

Devo dizer que os cristãos da Igreja não são invulneráveis a riscos que destes modos de pensar, aí encontramos mais e mais “católicos”, com um pensamento semelhante em muitos pontos dos protestantes e rejeitar a autoridade da Igreja, mesmo sobre a doutrina fundamental. Há uma abundância dos católicos de frente “progressista” publicamente negando dogmas, bem como “lefebvrianos” direta ou veladamente discordando de um Concílio Ecumênico, pregando o congelamento da tradição e rejeitando o ensinamento da Igreja de hoje com base em sua própria interpretação da tradição do passado.

Para todos estes casos, se não quisermos sofrer o destino protestantes e imerso na idolatria da consciência individual, não há outro jeito, se não a professar a fé da Igreja integra e absoluto.

Deve-se aplaudir a Palavra proclamada nas missas?

Deve-se aplaudir a Palavra proclamada nas missas?
O que você acha? Eu tenho certeza!


Vejamos...

A liturgia eucarística vem sempre precedida de uma liturgia da palavra. Por quê? Qual a razão profunda deste fato e como devemos entender e vivenciar espiritualmente a relação entre estas duas partes da celebração eucarística, a missa? Quais são as conseqüências disso para nossa prática pastoral?

Em algumas comunidades, os seus respectivos pastores, interferem na persuasão da proclamação da palavra, dizem ser bobagem ficar aplaudindo a palavra quando a mesma foi proclamada. Será que a palavra não tem significado persuasivo para a liturgia, para a celebração ou para a eucaristia?

Vamos analisar os dois contextos celebrativos da missa: MESA DA PALAVRA x MESA EUCARISTICA.

A liturgia da Palavra não é um simples preâmbulo ou ‘ante-missa’ como era considerada antes do Concílio Vaticano II. É parte integrante. Fala-se de ‘duas mesas’ onde é distribuído o pão da vida: a mesa da palavra e a mesa do corpo de Cristo: “Espiritualmente alimentada nestas duas mesas, a Igreja, em uma, instrui-se mais, e na outra se santifica mais plenamente; pois na palavra de Deus se anuncia a aliança divina, e na Eucaristia se renova esta mesma aliança nova e eterna. Numa, recorda-se a história da salvação com palavras; na outra, a mesma história se expressa por meio dos sinais sacramentais da Liturgia”1


Ora, Sagrada Escritura (principalmente o evangeliário), recebe a mesma veneração que o mistério eucarístico (entrada solene, incensação, beijo do evangeliário, atenção dada à proclamação, aclamação com plamas, etc). Tanto a palavra de Deus quanto o mistério eucarístico são considerados, pela tradição, o corpo de Cristo (Cf. IELM 10). Vejamos dois textos significativos, um de são Jerônimo, outro de Cesário de Arles2:


“Eu penso que o Corpo de Cristo é o evangelho e que seus ensinamentos são as sagradas escrituras. Quando, pois, Jesus diz: ‘Quem não come minha carne e não bebe o meu sangue, não tem a vida,’, podemos certamente entender que ele está falando da eucaristia. Mas é certo igualmente que o Corpo de Cristo e seu sangue são a palavra das escrituras, seu divino ensinamento. Quando participamos da celebração da eucaristia, tomamos cuidado para que nenhuma migalha se perca. Quando ouvimos a palavra de Deus, quando a palavra de Deus é dada a nossos ouvidos e nós, então, ficamos pensando em outras coisas, que cuidado tomamos? Alimentamo-nos da carne de Cristo, não somente na eucaristia, mas também na leitura das escrituras.” (São Jerônimo, Comentário sobre o Livro do Eclesiastes)3.


"Eu lhes pergunto, irmãos e irmãs, digam o que, na opinião de vocês, tem mais valor: a Palavra de Deus ou o Corpo do Cristo? Se quiserem dar a verdadeira resposta, certamente deverão dizer que a palavra de Deus não vale menos que o corpo do Cristo. E por isso, todo o cuidado que tomamos quando nos é dado o corpo do Cristo, para que nenhuma parte escape de nossas mãos e caia por terra, tomemos este mesmo cuidado, para que a palavra de Deus que nos é entregue, não morra em nosso coração enquanto ficamos pensando em outras coisas ou falando de outras coisas; pois aquela pessoa que escuta de maneira negligente a palavra de Deus, não será menos culpada que aquela que, por negligência, permitisse que caia por terra o corpo do Cristo." (Sermo 78,2, Sources Chrétiennes, 330, p. 241).4


Então, podemos dizer que a liturgia da palavra e a liturgia eucarística são considerados ‘um só ato de culto’: ”Estão tão intimamente ligadas entre si as duas partes de que se compõe, de algum modo, a missa - a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística - que formam um só ato de culto. (SC 56; Cf. IELM 10), é bonita demais a nossa liturgia!


Na missa, a liturgia da palavra é o primeiro elemento: ouvimos a boa nova e as exigências da nova aliança realizada na pessoa de Jesus (leituras bíblicas, homilia). Respondemos com a profissão de fé, assumindo o compromisso de pautar toda a nossa vida na palavra do Senhor, aguardando a plena realização do Reino. E assim a assembléia dos fiéis vai se convertendo cada vez mais em povo da nova aliança (Cf. IELM 45). A liturgia eucarística é o segundo elemento, quando a aliança é renovada, selada, efetivada no memorial da morte-ressurreição de Jesus, com o pão e o vinho que serão repartidos entre todos. Assim o expressa a IELM: “...o anúncio da morte e ressurreição do Senhor e a resposta do povo que escuta se unem inseparavelmente com a própria oblação, pela qual Cristo confirmou com o seu sangue a nova Aliança...(n. 44, citando PO 4). “Na ação litúrgica, a Igreja responde fielmente o mesmo ‘Amém’ que Cristo (...) pronunciou, de uma vez para sempre, ao derramar seu sangue, a fim de selar, com a força de Deus, a nova aliança no Espírito Santo.” (IELM 6). Desta forma, “sempre que a Igreja, congregada pelo Espírito Santo na celebração litúrgica, anuncia e proclama a palavra de Deus com extrema alegria, pois é Deus quem nos fala e a comunidade participante, se reconhece a si mesma como o novo povo, no qual a aliança antigamente travada chega agora à sua plenitude e perfeição.” (IELM 7).


Na liturgia da palavra, todas as leituras bíblicas (assim como todos os acontecimentos de nossa vida pessoal e social) são interpretadas a partir do mistério pascal do Senhor. É que, para nós, cristãos, a história da salvação culmina na pessoa de Jesus Cristo. Por isso, ele é também “o centro e a plenitude de toda a Escritura e de toda a celebração litúrgica” (IELM 5), por isso a palavra precisa ser aclamada, aplaudida, pois é o Pai que se revela no seu filho Jesus pela ação amorosa do Espírito Santo.



Quando nos referimos a Jesus Cristo na liturgia, não estamos lembrando uma pessoa ausente ou um fato do passado apenas; estamos na presença de um vivo: o Ressuscitado. A força e eficácia da liturgia nos vêm desta presença real, atual e atuante de Cristo e de seu Espírito transformador na assembléia litúrgica, tanto na liturgia da palavra, quanto na liturgia eucarística: “Para que possam celebrar vivamente o memorial do Senhor, lembrem-se os fiéis de que a presença de Cristo é uma só, tanto na palavra de Deus, ‘pois quando se lê na Igreja a Sagrada Escritura, é ele quem fala’, como ‘especialmente sob as espécies eucarísticas’ (IELM 46, com citação de SC 7).


No sínodo dos bispos o cardeal Carlo Maria Martini, dizia que: "A Igreja nasce da Palavra de Deus, cujo significado último é o próprio Verbo de Deus e o Verbo encarnado, Jesus Cristo. É a Palavra dos profetas, a Palavra dos apóstolos e, por fim, a Palavra escrita da Bíblia. A Igreja nasce dessa Palavra e, portanto, se renova, se regenera toda vez que retorna a essa Palavra. Em particular, a Palavra da Escritura está nas mãos da Igreja, a fim de que a Igreja recorra a ela amplamente, e a fim de que se renove nesse contato. De fato, a Igreja, continuamente, se renova, bebendo da fonte da Palavra de Deus, assim como se renova nutrindo-se da Eucaristia."


Eu não aplaudo a palavra só porque sou carismático, não existe isso. A Palavra em si é carismática, pois é inspirada e refletida sob a ação do Espírito Santo.


Queridos, concluo dizendo que: A palavra de Deus deve ser motivo de alegria em nossas celebrações, sejam sacramentais ou sacramentos.


Os preceitos de Deus alegram o coração. Eles nos dão alegria. A obediência aos preceitos de Deus produz uma alegria plena em nosso coração. O vazio de nossa vida é preenchido por esta Palavra. Andar em seus caminhos retos nos faz desfrutam de uma vida de alegria com toda nossa disposição. Como um guia que nos educa: a palavra de Deus nos toma pela mão, e nos guia na estrada reta da vida. Leva-nos a desfrutar de uma satisfação moral, de uma paz na consciência, da certeza de ter tido nosso passado perdoado, da confiança de estar no caminho certo no presente, e da esperança de que nosso futuro será glorioso. Isto enche nosso coração de alegria.


Por isso digo que a palavra de Deus deve ser aclamada sempre. É o Pedagogo Deus que nos conduz à verdade. Viva o Pai, viva o Filho, viva o Espírito que nos inspira e nos ensina. Viva a Trindade Santa. Amém. Que a alegria do Senhor seja a vossa força!


(Ne 8,10).


PE. Fróes


Bibliografia:
• BUYST, Ione. A Palavra de Deus na liturgia. 5. ed. São Paulo: Paulinas, 2004. (Col. Rede Celebra, 1).
• Documento Concílio Vaticano II: Sacrossanctum Concilium (Sagrada Liturgia)
• Documento Concílio Vaticano II: Dei Verbum (Palavra de Deus)
• GUIMARÃES, Marcelo Resende. Conversando com os Pais e Mães da Igreja, Petrópolis: Vozes, 1994.
• IELM - Introdução geral ao elenco das leituras da missa.
• Documento sobre as Missões: AD Gentes (Para os Povos)
• Instrução Geral do Missal Romano: IGMR

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Vocação Mensageiros do Amor

Carissimos,

O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer.
Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros. (Jo 15,12-17)

Jesus nos imprime uma mandamento que resume todo o decálogo, ao usar o pronome possessivo MEU, ele toma para si algo que lhe pertence, algo que faz parte de sua essência, intrínseco de sua natureza humana e divina. Amar uns aos outros é o mandamento, e Ele nos dá uma referência comparativa: Assim como Eu vos amei, o amor de Jesus pela humanidade, o amor que tudo suporta, que não tem inveja, que não tem maldade, esse é o modelo de amor.
Dar a vida pelos outros, prestem atenção: DAR A VIDA, é uma dádiva e uma missão, nossa missão, ser um mensageiro do amor. E ele anuncia que seremos seus amigos se fizermos o que Ele manda, olha a responsabilidade, ser amigo de Jesus passa pelo prisma de fazer o que Ele manda.

Quando conhecemos Jesus, a palavra de Deus nos afirma que nos tornamos filhos de Deus, e irmãos de Jesus, a partir dai ele espera de nós um relacionamento que vai além da filiação, agora tange para algo mais íntimo e a essa intimidade do amor, ele chamou de amizade, Não vos chamo mais de servos e sim AMIGOS.

O mais legal de tudo é que antes de decidirmos por Jesus, antes de você e eu pensarmos que iriamos aceitar a Jesus como Senhor de nossas vidas, a palavra diz que ELE nos amou primeiro, nos chamou primeiro, nos escolheu primeiro, TUDO parte de Jesus, isso é muito importante pois Ele nos recebeu como somos, sem nem imaginarmos que um dia iriamos conhecê-lo, Jesus te amou e te ama do jeito que você é.

Mensageiros nossa vocação é o amor, amar como Jesus amou, Ele é o modelo, a referência, nosso maior exemplo, a responsabilidade de assumir esse chamado é apóstolico, é místico, como diz nosso irmão Rogério.

Irmãos dêem frutos, e maior que isso, que o fruto permaneça, que haja constância nos nossos relacionamentos, nas nossas decisões e na nossa vida.

Daniel Oliveira - Co-fundador Missão Mensageiros do amor.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Maria teve outros filhos?

Mt 13,55-56 e Mc 6,3 igualmente dizem:

"Este não é o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E suas irmãs não estão entre nós?"

Observe: apenas o "carpinteiro" é chamado de "o filho de Maria" e não "um dos filhos de Maria".

Algumas pessoas utilizam esses versículos para "provar" que Maria teve outros filhos. Veja também as seguintes passagens: Mt 12,46, Mc 3,31, Lc 8,19 e Jo 7,5.

Examinemos agora, com mais atenção, a Bíblia...

A palavra "irmãos" aparece aproximadamente 530 vezes na Bíblia; "irmão" aparece aproximadamente 350 vezes; uma variação de "irmãos" aparece uma única vez em Nm 36,11; "irmã" aparece aproximadamente 100 vezes; e "irmãs" aparece aproximadamente 15 vezes.

Irmãos: é o plural da palavra "irmão", conforme definem os dicionários.
Irmão: a palavra hebraica "Ha" é geralmente traduzida para "irmão". Já que o hebraico e o aramaico (no qual o evangelho segundo Mateus foi escrito) possuem bem menos palavras que o inglês ou o português, os judeus daquele tempo empregavam essa palavra num sentido mais amplo para expressar parentesco. Não existiam termos em hebraico para expressar os diferentes níveis e graus de parentesco. "Irmão" pode significar os filhos do mesmo pai e todos os membros masculinos da mesma clã ou tribo.

Em grego, no qual o evangelho segundo Marcos foi escrito, a palavra "irmão" é escrita como "adelphói", do grego "adelphós", significando membro seguidor de uma clã. Mesmo hoje, a palavra "irmão" é empregada com um significado mais extenso, incluindo amigos, aliados, discípulos e compatriotas. Não era diferente na época de Cristo. Em quatro dicionários que pesquisei, encontrei de três a quatro classes de significados para a palavra "irmão".

A primeira classe diz respeito aos filhos dos mesmos pais. As outras duas ou três classes se referem a parentesco, discípulos, uma pessoa íntima, um amigo, membro de uma ordem religiosa, membro de alguma igreja cristã, etc...

Quantas vezes você tem visto os tele-evangelizadores chamarem seus telespectadores de "nossos irmãos e irmãs"? Os adversários de Maria aceitam os três últimos significados para satisfazerem a si mesmos, mas quando se trata de Maria, a Mãe de Deus, eles sempre utilizam o primeiro significado. Isso seria sincero para com ela? Como você explica isso? Veja Nm 8,26, 1Sm 30,23, 2Sm 1,26, 1Rs 9,13, 2Cr 29,34.

Por exemplo, se lermos Gn 29,15: "Então Labão disse a Jacó: por seres meu irmão...", certamente pensaremos que Jacó e Labão eram irmãos de sangue. Agora, se compararmos Gn 29,5: "...Conheceis Labão, filho de Nacor?..." com Gn 25,21-26, perceberemos que Jacó era o filho de Isaac e Rebeca. Labão era o filho de Nacor. Eles não eram irmãos de sangue, mas parentes.

Cristo diz à multidão e aos seus discípulos em Mt 23,1-8: "E vós todos sereis irmãos". Em Mt 12,50 e Mc 3,35, Jesus diz: "Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu, é meu irmão, irmã e mãe". Este versículo diz isso tudo! Em 1Cor 15,6 fala-se que Jesus apareceu a quinhentos "irmãos" de uma só vez. Poderiam todos eles serem irmãos consaguíneos? Dificilmente. Também vemos Pedro falando diante de 120 irmãos em At 1,15-16. Paulo fala de alguém ser "chamado de irmão" em 1Cor 5,11. A Bíblia possui muitos outros versículos semelhantes.

Vamos agora considerar os quatro "irmãos" citados em Mc 6,3: Tiago, José, Simão e Judas...

Mc 15,40: "E também estavam ali algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago o menor e de José, e Salomé". Estas eram as pessoas que estavam durante a crucifixão.
Jo 19,25: "Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe (Maria), a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleofas e Maria Madalena".
Mt 10,2-3: ...TIAGO, o filho de Alfeu, e "Lebbaeus", cujo apelido era Tadeu". Alfeu é uma tradução alternativa de Cleofas ou Clopas, tratando-se, assim, da mesma pessoa.
At 1,13: "...TIAGO, o filho de Alfeu e SIMÃO zelota e JUDAS, o irmão de TIAGO."

A partir dessas quatro passagens, percebemos que existia uma "outra Maria", que era a esposa de Cleofas (Alfeu), e a mãe dos três "irmãos" de Jesus: Tiago Menor, José e Judas. Isso claramente mostra que Maria, a mãe de Jesus, não era a mãe de Tiago, José e Judas apresentados em Mc 6,3. Para manter Mc 6,3 em harmonia, já que os três não são filhos de Maria, mãe de Jesus, então SIMÃO também não é. SIMÃO é o cananita citado em Mc 3,18, também chamado de zelota em Mt 10,4, Lc 6,15 e At 1,13. Judas, que escreveu a Epístola de Judas, diz que é irmão de Tiago em Jd 1,1. Judas também é chamado de Tadeu em Mt 10,3 e em Mc 3,18. Isso foi feito para distingüí-lo de Judas Iscariotes. Lc 6,16 também distingue os dois ao dizer: "E Judas, o irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor".

Ainda sobre o tópico "Os outros filhos de Maria", tenho um outro ponto a destacar:

Jo 19,26-27: Quando Jesus viu sua mãe e, perto dela, o discípulo que ele amava..." - o discípulo era João, o autor do Evangelho segundo João - "... então ele disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe’". Por acaso era João filho de Maria e irmão consanguíneo de Jesus?

Leia os seguintes versículos para conferir:

Mc 1,19: "...ele viu Tiago, o filho de Zebedeu, e JOÃO, seu irmão."
Mc 3,17: "E Tiago, o filho de Zebedeu, e JOÃO, o irmão de Tiago."

Em nenhuma dessas passagens é dito que Jesus viu um irmão consanguíneo ou assim os reconheceu.

Mt 27,56: "Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago."
Mt 20,20: "Tiago (o menor), e José e a mãe dos filhos de Zebedeu."
Mc 15,40: "...entre as quais estavam Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago (o menor) e Salomé, (mãe dos filhos de Zebedeu)".
Lc 24,10: "Eram Maria Madalena... e Maria (a "outra Maria") a mãe de Tiago (o menor).

Uma comparação entre Mt 27,56 e Mc 15,40, claramente mostra que Zebedeu tinha uma esposa que se chamava Salomé. Ela é chamada de "mãe dos filhos de Zebedeu" em Mt 27,56 e Salomé em Mc 15,40. Eles tiveram dois filhos, João e Tiago, conforme Mc 3,17. O JOÃO que está aos pés da cruz e a quem Jesus confia sua mãe, não era filho de Maria, mãe de Jesus, mas do casal Zebedeu e Salomé. Se Jesus tivesse irmãos consanguíneos, por que ele não confiaria Maria aos cuidados destes seus "irmãos"? Seria assim que a lei judaica ordenaria...

Genealogia:


1.Zebedeu e Salomé: geraram Tiago e João


2.Cleofas (Alfeu) e Maria1: geraram Tiago (o menor), José e Judas


3.Espírito Santo e Maria: geraram Jesus, o Cristo


Esta "genealogia" apresenta qual é o verdadeiro parentesco dos "irmãos" apresentados em Mc 6,3 e Mt 13,55, tornando sem efeito o argumento da existência de "irmãos consaguíneos" do Senhor.

Notas Adicionais:

Mt 1,25: "E não a conheceu até que...". O antigo significado da palavra "até" ou "até que" informa uma ação que não ocorreu até certo ponto. Isso não implica que a ação tenha ocorrido depois. Veja Gn 8,7: "Soltou o corvo que foi e não voltou até que as águas secassem sobre a terra" e 2Sm 6,23: "E Micol, a filha de Saul não teve filhos até o dia de sua morte"; será que ela teve filhos após sua morte?.
Lc 1,34: "Então Maria disse ao anjo: ‘como isso poderá acontecer se eu não conheço2 varão?’". Isso significa que Maria não tivera relacionamentos com um homem antes da Anunciação e que, portanto, era virgem.
Lc 2,7: "E ela deu à luz o seu filho primogênito, envolvendo-o com faixas...". Na época da redação dos Evangelhos, a palavra "primogênito" significava o filho que abriu o útero. Veja: Ex 13,2 e Nm 3,12. O fato de Jesus ser primogênito não implica que Maria tenha tido outros filhos; o filho único também é primogênito (é o caso do autor [e - curiosamente - também do tradutor deste artigo]).


Em lugar algum da Bíblia está escrito que Maria, a Mãe de Jesus, teve outros filhos. Então, por que alguns ainda insistem em dizer que ela os teve??

Outras referência bíblicas: Gn 8,7; 25,21-26; 29,5.15; Ex 13,2; Nm 3,12; 8,26; Dt 23,7; 1Sm 30,23; 2Sm 1,26; 6,23; 1Rs 9,13; 2Rs 10,13-14; 2Cr 29,34; Mt 1,25; 4,21; 10,2-4; 12:46; 12,50; 13,55-56; 20,20; 26,26; 27,56.61; 28,1; Mc 1,19; 2,14; 3,17-21.31.35; 6,3; 15,40.47; Lc 1,34; 2,7; 2,41-51; 5,10; 6,16; 8,19; 24,10; Jo 7,2-7, 19,25-27; At 1,13-16; Rm 8,29; 1Cor 5,11; 9,5; 15.6; Gl 1,19; 1Pd 5,12; Jd 1,1.



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1=a outra Maria, Mt 27,56.61, Mt 28,1, Jo 19,25
2Em Lc 1,34 Maria pergunta: "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?". A pergunta de Maria não é a expressão de uma dúvida, mas um pedido de esclarecimento: fizera voto de virgindade e desejava saber se dele estava dispensada. A pergunta que Maria fez psicologicamente seria inadimissível em uma jovem desposada no momento em que lhe anunciavam o nascimento de um filho futuro, a não ser pela hipótese do voto, que de resto veio confirmada pela razão apresentada: "pois eu não conheço varão", como pela resposta do anjo: "trata-se de uma conceição milagrosa" (Nota encaminhada por nossa visitante Amanda Dantas. N.do T.).

sábado, 14 de maio de 2011

A Intercessão dos Santos

A Intercessão dos Santos .


Desde os tempos apostólicos a Igreja ensina que os que morreram na amizade do Senhor, não só podem como estão orando pela salvação daqueles que ainda se encontram na terra. Tal conceito é conhecido como a intercessão dos santos.

A Doutrina

Sobre a doutrina da intercessão dos santos, o Catecismo da Igreja Católica ensina:

"Pelo fato que os do céu estão mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a toda a Igreja na santidade... Não deixam de interceder por nós ante o Pai. Apresentam por meio do único Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, os méritos que adquiriram na terra... Sua solicitude fraterna ajuda, pois, muito a nossa debilidade." (CIC 956)

Por tanto para a Igreja Católica, os santos intercedem por nós junto ao Pai, não pelos seus méritos, mas pelos méritos de Cristo Nosso Senhor, o único Mediador entre Deus e os homens.

Objeções

Os adeptos do fundamentalismo bíblico normalmente apresentam uma série de objeções à doutrina da intercessão dos santos. Neste artigo iremos confrontar as principais:

1a. objeção: Cristo é o único mediador entre Deus e os homens.

Esta é a principal objeção à doutrina da intercessão dos Santos. Os adeptos desta objeção fundamentam sua posição em 1 Tim 2,5 onde lemos: "Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus". Para eles, a Sagrada Escritura não deixa dúvidas de que só Jesus pode interceder pelos homens junto a Deus.

Se isto é verdade, por que São Paulo ensinaria que nós cristãos devemos dirigir orações a Deus em favor de outras pessoas? Vejam 1Tim 2,1: "Acima de tudo, recomendo que se façam súplicas, pedidos e intercessões, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e honestidade."

No exposto acima não está São Paulo nos pedindo para que sejamos intercessores (mediadores) junto a Deus por todas as pessoas da terra? Estaria então o Santo apóstolo se contradizendo? É claro que não. A questão é que a natureza da mediação tratada no versículo 1 é diferente da do versículo 5.

A mediação tratada em 1Tm 2,5 refere-se à Nova e Eterna Aliança. No AT a mediação entre Deus e os homens se dava através da prática da Lei. No NT, é Cristo que nos reconcilia com Deus, através de seu sacrifício na cruz. É neste sentido que Ele é nosso único mediador, pois foi somente através Dele que recuperamos para sempre a amizade com Deus, como bem foi exposto por São Paulo: "Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos." (Rom 5,19)

Por tanto, a exclusividade da medição de Cristo refere-se à justificação dos homens. A mediação da intercessão dos santos é de outra natureza, referindo-se à providência de Deus em favor do nosso semelhante. Desta forma, o texto de 1Tm 2,5 dentro de seu contexto não oferece qualquer obstáculo à doutrina da intercessão dos santos.

2a. objeção: os santos não podem interceder por que após a morte não há consciência

Os defensores desta objeção usam como fundamento as palavras do Eclesiastes: "Com efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida" (Ecl. 9,5) e ainda "Tudo que tua mão encontra para fazer, faze-o com todas as tuas faculdades, pois que na região dos mortos, para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria" (Ecl. 9,10).

Já que a Bíblia é um conjunto coeso de livros, não podemos aceitar a doutrina da ?dormição? ou ?inconsciência? dos mortos simplesmente pelo fato de que há versículos claros na Sagrada Escritura que mostram que os mortos não estão nem "dormindo" e nem "inconscientes" (cf. Is 14, 9-10; 1Pd 3,19; Mt 17,3; Ap 5,8; Ap 7,10; Ap 6,10); o que faria alguém pensar que há contradições na Bíblia.

A questão é que os versículos citados do Eclesiastes não fazem referência a um estado mental dos mortos, mas sim ao infortúnio espiritual em que se encontram por causa do lugar onde estão. Os mortos os quais os textos se referem são aqueles que morreram na inimizade de Deus, e não a qualquer pessoa que morreu. Vejamos os versículos abaixo:

"Ignora ele que ali há sombras e que os convidados [da senhora Loucura] jazem nas profundezas da região dos mortos" (Prov 9,18)

"O sábio escala o caminho da vida, para evitar a descida à morada dos mortos" (Prov 15,24)

Os versículos acima mostram que a região dos mortos é um lugar de desgraça, onde são encaminhados os inimigos de Deus. Isto é ainda mais evidente em Prov 15,24. O sábio é aquele que guarda a ciência de Deus, este quando morrer não vai para a "morada dos mortos?. As expressões ?morada dos mortos? ou ?região dos mortos? fazem alusão a um lugar de desgraça, onde os inimigos de Deus estão privados da Sua Graça.

Voltando aos versículos do Eclesiastes, o escritor sagrado ao escrever que para os mortos ?não há mais recompensa?, ?não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria?, refere-se unicamente ao infortúnio que existe ?na região dos mortos, para onde? eles vão. Eles quem? Os que estão mortos para Deus.

Por tanto, dentro de seu contexto, os versículos do Eclesiastes também não oferecem qualquer imposição à doutrina da intercessão dos santos.

3a. objeção: os santos não podem ouvir as orações dos que estão na terra porque não são oniscientes e nem onipresentes

São Paulo nos ensina que a Igreja é o corpo de Cristo . Desta forma, os que estão unidos a Cristo através de seu ingresso na Igreja, são membros do Seu corpo. Isso quer dizer que tantos nós que estamos na terra, quanto os que já morreram na amizade do Senhor, todos somos membros do Corpo Místico de Cristo, onde Ele é a cabeça. Vejam:

Ø São Paulo ensina que a Igreja é corpo de Cristo: "Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja" (Col 1,24)

Ø São Paulo ensina que somos membros do corpo de Cristo e por isto os cristãos estamos ligados uns aos outros: "assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro" (Rom 12,5)

Ø São Paulo ensina que Cristo é a cabeça do seu corpo que é a Igreja: "Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja" (Col 1,18)

Isso quer dizer que nós e os santos (que estão na presença de Deus) estamos ligados, pois somos membros de um mesmo corpo, o corpo de Cristo, que é a Igreja.

Assim como minha mão direita não pode se comunicar com a esquerda sem que esse comando tenha sido coordenado pela minha cabeça (caso contrário seria um movimento involuntário), da mesma forma, no Corpo de Cristo os membros não podem se comunicar sem que essa comunicação aconteça através da cabeça que é Cristo. Desta forma, quando nós pedimos para que os santos intercedam por nós junto a Deus (comunicação de um membro com o outro no corpo de Cristo), isso acontece através de Cristo. Assim como a nossa cabeça pode coordenar movimentos simultâneos entre os vários membros de nosso corpo, Cristo que é a cabeça da Igreja e é onisciente e onipresente possibilita a comunicação entre os membros do Seu corpo.

Por tanto, a falta de onipresença e onisciência dos santos não apresenta qualquer impedimento para que eles conheçam ou recebam nossos pedidos e então possam interceder por nós junto a Deus.

4a. objeção: nós não podemos dirigir nossa orações aos santos pois isto caracteriza evocação dos mortos que é severamente proibida na Bíblia.

Esta objeção baseia-se principalmente nos versículos abaixo:

"Não se ache no meio de ti quem pratique a adivinhação, o sortilégio, a magia, o espiritismo, a evocação dos mortos: porque todo homem que fizer tais coisas constitui uma abominação para o Senhor" (Dt 18, 9-14) (grifos nossos).

"Se uma pessoa recorrer aos espíritos, adivinhos, para andar atrás deles, voltarei minha face contra essa pessoa e a exterminarei do meio do meu povo. (...) Qualquer mulher ou homem que evocar espíritos, será punido de morte" (Lev 20, 6 - 27). (grifos nossos).

Conforme vimos, Deus abomina a evocação dos mortos. No entanto, há uma diferença tremenda entre evocar os mortos e dirigir nossos pedidos de orações aos santos.

A evocação dos mortos é caracterizada pelo pedido de que o espírito do defunto se apresente e então se comunique com os vivos como se ainda estivesse na terra. Esta prática é condenada por Deus, pois em vez de confiarmos na Providência Divina quanto ao futuro e às coisas que necessitamos, deseja-se confiar nas instruções dos espíritos. Conforme a Sagrada Escritura dá testemunho em I Samuel 28.

Na intercessão dos santos, não estamos pedindo que o santo se apresente para ?bater um papo? a fim obter qualquer tipo de informação, mas sim, dirigimos a eles nossos pedidos de oração, como se estivéssemos enviando uma carta solicitando algo (o que é bem diferente de evocar mortos). Na intercessão dos santos continuamos confiando na Providência Divina, pois os santos são apenas mediadores, logo, quem atende aos nossos pedidos é Deus.

Desta forma, as proibições divinas quanto à prática de espiritismo não se aplicam à doutrina da intercessão dos santos.

5a. objeção: não há sequer uma única referência bíblica em relação à intercessão dos santos

Há diversos versículos bíblicos que mostram que os santos oram na presença de Deus. Vejamos:

"Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos" (Ap 6,9-11).

No trecho acima, os santos estão clamando a Deus por Justiça. Alguém poderia dizer: ?mas eles estão intercedendo por eles mesmos e não pelos que ficaram na terra?. Ora, e o que impede que o façam pelos que estão na terra? São Paulo mesmo não recomenda que oremos pelos outros? (cf. 1Tm 2,1). Por alguma razão estariam os santos incapazes de continuarem orando pelos que estão na terra? Ora, alguém que esteja no seu juízo perfeito, há de convir que, o fato dos santos estarem na presença de Deus, não é motivo impeditivo para que intercedam pelos outros, muito pelo contrário, não há melhor lugar e momento para fazê-lo. Veja ainda:

"Os quatro viventes e os vinte e quatro anciões se prostraram diante do Cordeiro. Tinha cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos santos" (Ap 5,8). "A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus.? (Ap 8,4).

Nos versículos acima os santos oram para Deus. Por que estariam orando, já que estão salvos e gozando da presença do Senhor? Oram em nosso favor, para que os que estão na terra também possam um dia estar com eles na presença do Senhor.

No livro do profeta Jeremias lemos:

"Disse-me, então, o Senhor: Mesmo que Moisés e Samuel se apresentassem diante de mim, meu coração não se voltaria para esse povo. Expulsai-o para longe de minha presença! Que se afaste de mim!? (Jr 15,1).

No tempo do profeta, ambos Moisés e Samuel estavam mortos. Que sentido teria este versículo caso não fosse possível que os dois intercedessem por Israel?

O Testemunho dos primeiros cristãos

Vejamos agora o que professava os cristãos no tempo em que não havia divisão na Cristandade, em relação à doutrina da intercessão dos santos:

"O Pontífice [o Papa] não é o único a se unir aos orantes. Os anjos e as almas dos juntos também se unem a eles na oração" (Orígenes, 185-254 d.C. Da Oração).

"Se um de nós partir primeiro deste mundo, não cessem as nossa orações pelos irmãos" (Cipriano de Cartago, 200-258 d.C. Epístola 57)

"Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos". (Santo Hilário de Poitiers, 310-367 d.C).

"Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: patriarcas, profetas, Apóstolos e mártires, para que Deus, por suas intercessões e orações, se digne receber as nossas." (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).

"Em seguida (na Oração Eucarística), mencionamos os que já partiram: primeiro os patricarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, em virtude de suas preces e intercessões, receba nossa oração" (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).

"Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?" (São Jerônimo, 340-420 d.C, Adv. Vigil. 6).

"Portanto, como bem sabem os fiéis, a disciplina eclesiástica prescreve que, quando se mencionam os mártires nesse lugar durante a celebração eucarística, não se reza por eles, mas pelos outros defuntos que também aí se comemoram. Não é conveniente orar por um mátir, pois somos nós que devemos encomendar suas orações" (Santo Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 159,1)

"Não deixemos parecer para nós pouca coisa; que sejamos membros do mesmo corpo que elas (Santa Perpétua e Santa Felicidade) (...) Nós nos maravilhamos com elas, elas sentem compaixão de nós. Nós nos alegramos por elas, elas oram por nós (...) Contudo, nós todos servimos um só Senhor, seguimos um só Mestre, atendemos um só Rei. Estamos unidos a uma Cabeça; nos dirigimos a uma Jerusalém; seguimos após um amor, envolvendo uma unidade" (Santo Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 280,6)

"Por vezes, é a intercessão dos santos que alcança o perdão das nossas faltas [1Jo 5,16; Tg 5,14-15] ou ainda a misericórdia e a fé" (São João Cassiano. 360-435 d.C. conferência 20).

Conclusão

Como pudemos ver, a doutrina da intercessão do santos, não é invenção do catolicismo (como pensam alguns), mas sim, uma legítima doutrina cristã, embasa tanto nas Sagradas Escrituras, quanto na Tradição Apostólica. Os primeiros cristãos jamais tiverem dúvidas quanto a ela (note que este tema jamais foi centro de disputas conciliares). Esta doutrina confirma o Amor de Deus para conosco e Seu plano de que sejamos uns para outros instrumentos deste Amor