segunda-feira, 28 de junho de 2010

Os santos intercedem por nós?

Achei esse tópico em um site, muito bom, era de uma mulher chamada Ana que vivia sendo atormentada por uma amiga Adventista, sobre a questão de pedir intercessão dos santos.... Amados... o artigo é muito bom e foi tirado do site: http://www.montfort.org.br

São vários trechos, na Bíblia, que atestam o estado de consciência dos mortos. Tanto é que está escrito: "Abel... mesmo depois de morto, ele ainda fala"(Hb 11,4). Bem como, é claríssimo o testemunho a respeito de Lázaro (e mesmo do rico) conscientes no outro mundo, conforme relata o Evangelho de Lucas capítulo 16. Lázaro recebendo bênçãos e o rico, tormentos.

Ainda mais se tomarmos, em conta, as passagens dos sagrados textos deuterocanônicos, como as do livro dos Macabeus; o qual claramente revela-nos que o santo profeta Jeremias, que morrera séculos antes, no outro mundo, está consciente e intercedendo pelo povo de Deus: "Este é o amigo dos seus irmãos, aquele que muito ora pelo povo e por toda a cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus"(2 Mac 15,14). [Só, por essa passagem, já cai completamente por terra a infeliz tese adventista. O problema é que, os protestantes protestaram até contra a Palavra Escrita de Deus, e acabaram ficando com uma bíblia imperfeita e incompleta - a fim de mais facilmente sustentarem as suas heresias. Mas para quem não é herético e pertence a verdadeira e única Igreja de Deus, basta-lhe esse trecho do livro dos Macabeus.].

E aproveito para chamar a atenção de que nós não nos dirigimos aos santos para pedir-lhes, tão-somente, que roguem por nossas necessidades materiais; mas também para que os mesmos louvem, incessantemente, ao Altíssimo, como é expressado nos Salmos: "Bendizei a Iahweh, todas as suas obras, nos lugares todos que ele governa" (Sl 103(102),22). "Louvai-o todos os anjos, louvai-os seus exércitos todos!" (Sl 148,2). Percebam que estamos, por tais trechos dos Salmos, falando com estes seres celestiais, os quais, não são Deus. Portanto, fica igualmente demonstrado que não é somente a Deus que podemos dirigir nossas palavras (nas nossas orações).

Reforço ainda o que foi supracitado, mencionando um passo deuterocanônico do livro de Daniel -- em que o servo de Deus, Zacarias, na fornalha acesa, orava: "Vós, espíritos e almas dos justos, bendizei ao Senhor, louvai-o e exaltai-o para sempre" (Dn 3,86).

Os Santos de Deus, ainda que estejam mortos fisicamente, sempre permanecem espiritualmente vivos. Jesus mesmo disse: "As minhas ovelhas escutam a minha voz... e elas jamais perecerão" (Jo 10,27s.), e ainda: "Se alguém guarda a minha palavra, jamais verá a morte" (Jo 8,51). [Mas os apóstolos e outros santos não morreram?... Morreram fisicamente, porém espiritualmente continuam vivos; de outra maneira, as palavras de Cristo teriam falhado.]

Está escrito: "Ainda que Abraão não nos conhecesse e Israel não tomasse conhecimento de nós, tu, Iahweh, és nosso pai" (Is 63,16). Note que o profeta Isaías, cerca de mil anos depois das mortes desses patriarcas, cita-os como sendo pessoas que têm conhecimento do que se passa com o Povo de Deus, aqui na terra. [A frase tem o seguinte significa: ainda que fosse possível aos referidos santos patriarcas esquecerem-se de nós, ainda assim não nos desesperaríamos pois Deus é nosso pai. É semelhante àquela outra citada pelo mesmo profeta: "Por acaso uma mulher se esquecerá de sua criancinha de peito?... Ainda que as mulheres se esquecessem eu não me esqueceria de ti" (Is 49,15).].

E também: "Vós vos aproximastes do monte Sião e da Cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e de milhões de anjos reunidos em festa... de Deus, o Juiz de todos, e dos espíritos dos justos que chegaram à perfeição" (Hb 12,22-23). Portanto, já não sois estrangeiros e adventícios, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus" (Ef 2,19).

Nós nos aproximamos de toda a realidade celestial: de Deus, dos anjos, e dos santos. Somos (os católicos) cidadãos, "com" todos os filhos da Luz, desse reino celetial. Mais até: estamos irmanados a eles, já que constituímos - com os mesmos - uma única e mesma sagrada família. Cientes, por conseguinte, que: "Estamos em comunhão uns com os outros" (1 Jo 1,7). Ligados pelo inquebrantável vínculo do amor (da caridade, que jamais passa).

Sra Ana aproveite e pergunte para a sua amiga: E quanto aos santos Henoc e Elias? Estes foram arrebatados para não conhecerem a morte (cf. Hb 11,5; 2 Rs 2,11). A estes, os adventistas não podem alegar que estejam "dormindo". Lembre-lhe, ainda, que nós católicos confessamos que a santa Mãe de Deus, Maria Santíssima, encontra-se no céu de corpo e alma.

De modo que, o Cultos aos Santos é sempre Culto a Vivos, ao menos vivos espiritualmente (como são os mártires); quando não, nalguns casos, como o da Santa Virgem, ou de Henoc e Elias, é também Culto a Vivos corporalmente. Além do mais, o Culto aos Santos abrange aos santos seres angelicais - os anjos - que, certamente, nunca "adormeceram". [É culto de veneração às santas criaturas, jamais de adoração!].


PS.: Sei que fui deveras sucinto sobre tal temática, todavia espero que seja útil. [E sempre lembrando, que tudo que eu escrevo está, e estará sempre, sujeito a um maior e melhor juízo, que é o da Santa Madre Igreja.] Quanto à questão do sábado, quiçá, numa outra oportunidade.


Bibliografia

- BÍBLIA DE JERUSALÉM, Editora Paulus, SP, 1996.

20 Razões porque não sou PROTESTANTE!!!!!

1- Não sou protestante porque o protestantismo não existe desde o princípio do Cristianismo. Surgiu 1500 anos depois da era Apostólica. Suas igrejas são locais, regionais ou nacionais, não existindo uma Igreja Universal.

2 - Não sou protestante porque apesar da afirmação de que somente a Bíblia deve ser considerada como norma de fé e prática, eles não concordam entre si no tocante a pontos importantes, entrando assim, em contradições. São mais de 20.000 mil denominações diferentes. Cada uma pregando uma suposta verdade.

3- Não sou protestante porque atribuem a si próprios o direito de interpretar a Bíblia. Acreditam ter uma iluminação pessoal vinda do Espírito Santo sem intermediários, ou seja, sem a Igreja. O mais interessante é a diferença que o Espírito Santo manifesta em cada uma das centenas (talvez milhares) de ramificações do protestantismo.

4- Não sou protestante porque a doutrina não tem unidade, as igrejas não são infalíveis em questões de moral e fé. Suas hierarquias não são rígidas, os preceitos são secundários. A salvação está em somente crer em Cristo, mas sabemos que não basta somente crer, pois, é preciso viver a fé, e vivê-la em santidade. Daí os Mandamentos. Daí a moral que a Igreja ensina. Dizer que a salvação vem somente do crer em Cristo, é continuar vivendo vida injusta ou dissoluta, é mentir à própria consciência.

5- Não sou protestante porque apesar deles lerem a Bíblia (embora sem alguns livros e com interpretações diversas) não possuem nenhuma autoridade superior Infalível, para declarar que uma palavra tem tal sentido, e exprime tal verdade.

6 - Não sou protestante porque eles negam a Tradição oral. Sendo que na própria Bíblia, Paulo recomenda os ensinamentos de viva voz (Tradição) que nos foram transmitidos por Jesus e passam de geração em geração no seio da Igreja, sem estarem escritos na Bíblia. Confira em (2 Tim 1,12-14).

7- Não sou protestante porque algumas denominações batizam crianças, outras não as batizam; algumas observam o domingo; outras, o sábado; algumas têm bispos; outras não os têm; algumas têm hierarquia; outras entregam o governo da comunidade à própria congregação; algumas fazem cálculos precisos para definir a data do fim do mundo. Outras não se preocupam com isto, etc.

8- Não sou protestante porque há passagens da Bíblia que eles não aceitaram como tais; a Eucaristia, por exemplo, Jesus disse claramente: Isto é o meu corpo (Mateus 26,26) e Isto é o meu sangue (Mateus 26,28).

9- Não sou protestante porque os supostos intérpretes da Bíblia não aceitam a real presença de Cristo no pão e no vinho consagrado, sendo que em (João 6,51) Jesus afirma: O pão que eu darei, é a minha carne para a vida do mundo. Aos judeus que zombavam, o Senhor tornou a afirmar: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Pois a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue é uma verdadeira bebida.

10- Não sou protestante porque os mesmos não reconhecem o primado de Pedro, sendo que o próprio Jesus disse; Tu és Pedro (Kepha) e sobre esta pedra (Kepha) edificarei a minha Igreja; (Mateus16,18).

11- Não sou protestante porque eles não aceitam o sacramento do perdão e da reconciliação. Sendo que Jesus entregou aos Apóstolos e seus sucessores, a faculdade de perdoar ou não os pecados, e agir em nome dele. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem não perdoardes, não serão perdoados" (Jo 20,23)

12- Não sou protestante porque Jesus disse que edificaria sua Igreja sobre Pedro (Mateus 16,18), e as igrejas protestantes são constituídas sobre Lutero, Calvino, Knox, Wesley, etc...Entre Cristo e estas denominações há um hiato...Somente a Igreja Católica remonta até Cristo.

13- Não sou protestante porque Jesus prometeu à sua Igreja que estaria com ela até o fim dos tempos (Mateus 28,20), e os mesmos se afastam da única Igreja de Cristo, para fundar novas igrejas; que se vão dividindo, subdividindo e esfacelando cada vez mais, empobrecendo e pulverizando a mensagem do Evangelho.

14- Porque o subjetivismo protestante entra pelos caminhos do racionalismo e vêm a ser os mais ousados roedores das Escrituras (tal é o caso de Bultmann, Marxsen, Harnack, Reimarus, Baur...) Outros preferem adotar cegamente o sentido literal, sem o discernimento dos expressionismos próprios dos antigos semitas ; o que distorce, de outro modo, a genuína mensagem Bíblica.

15- Não sou protestante porque quem lê um folheto protestante dirigido a Igreja Católica, lamenta o baixo nível das argumentações, sendo imprecisas, vagas, ou mesmo tendenciosas; afirmam gratuitamente sem provar as suas acusações; baseiam-se em premissas falsas, datas fictícias, anacronismos etc.

16- Não sou protestante porque: eles protestam, criticam, censuram a fé Católica para substituí-la pela negação, pela revolta contra a autoridade do Papa etc. Esse é o laço que os une, pois a essência do protestantismo é a negação da Igreja Católica.

17 -Não sou protestante porque cada qual dá à Escritura o sentido que julga dar, e assim se vai diluindo e pervertendo cada vez mais a mensagem revelada. Lêem apenas, mas tem grandes dificuldades de estudarem a Bíblia e as antigas tradições do Cristianismo.

18- A grande razão pela qual o protestantismo se torna inaceitável ao Cristão que reflete é o subjetivismo que o impregna visceralmente. A falta de referenciais seguros, garantidos pelo próprio Espírito Santo (conforme João 14,26 e João 16,13I), é o principal ponto fraco ou calcanhar de Aquiles do protestantismo.

19- Não sou protestante porque esta diluição do protestantismo e a perda dos valores típicos do Cristianismo, estão na lógica do principal fundador Martinho Lutero;que apregoava o livre exame da Bíblia ou a leitura da Bíblia sob as luzes exclusivas da inspiração subjetiva de cada protestante; cada qual tira das Escrituras "o que bem lhe convém

20- Concluindo! Não sou protestante porque Maria Santíssima disse: Desde agora, todas as gerações me chamarão de Bem-aventurada; (Lucas 1.48), e nos cultos protestantes, seu nome, sequer é mencionado. Caiu no esquecimento. Quem cumpre (Lucas 1.48) é somente a Igreja Católica Apostólica Romana

Por que as corsas suspiram pelas águas?

Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. (Salmos 42:1)

Uma corça sedenta e exausta caminha pelo deserto. Logo, o animal avista a imagem de um lençol d’água sobre a areia. Começa a correr desesperada ao encontro da única substância que pode matar sua sede. A corça é um animal de pequena estatura, arisco e de costume migratório. E uma característica interessante: a corça não suporta o confinamento. É um animal dotado de olfato privilegiado que lhe possibilita sentir cheiro de água a quilômetros de distância. É capaz ainda de perceber, metros abaixo da superfície, a existência de um lençol de água. Em regiões desérticas da África e do Oriente Médio, empresas construíram quilômetros de aquedutos sob a superfície terrestre.
E as corças sedentas, ao pressentirem a água jorrando pelo interior dos dutos, correm por cima das tubulações na tentativa de encontrarem a nascente, ou então um possível local por onde essas águas pudessem ser alcançadas. Certo poeta descreveu essa cena da corça farejando água, sob a areia do deserto, do seguinte modo: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, ... “ (Salmos 42:1-2). Note que nesta passagem, Davi faz uma comparação. A sede dele pelo Senhor era comparada ao anseio de uma corça pelas águas. Em se tratando de um homem “segundo o coração o de Deus”, creio que esta comparação pode servir de parâmetro para nossa própria busca. Mas enfim, como é que a corça suspira e anseia pelas águas? É com desespero. Gritando, correndo, buscando, farejando. Com sede. Com olfato privilegiado para localizar a fonte certa.
Continuamente, todos os dias. Não se permitindo acomodar e fugindo do confinamento. E nós? Estamos desesperados por Deus? Temos sede de sua presença? Temos corrido, buscado e nos desesperado por mais dEle em nossas vidas? Temos buscado na fonte certa, diariamente? Ou temos nos contentado com a mediocridade do nosso "confinamento"? Cada um de nós pode ter seu próprio “confinamento”. Coisas que nos prendem e nos impedem de sair em busca da água fresca que tanto precisamos. Podem ser pessoas, situações ou até mesmo “pequenos reinos” que construímos para nós mesmos (“meu emprego”, “meu ministério”, “meu evento”, etc). Precisamos, como a corça, sair e correr. Precisamos de olfato aguçado para ir na fonte certa, que é Cristo. Afinal de contas, existem fontes sem água (II Pedro 2:17), e nuvens sem água (Judas 1:12). E lembremos das palavras do Mestre: “quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida." (Apocalipse 22:17). Que o Senhor Deus tenha misericórdia de nós e nos guie.

Os católicos são idólatras?

DE VEZ EM QUANDO ALGUM PROTESTANTE NOS ABORDA SEMPRE COM O MESMO DISCURSO, SOMOS IDÓLATRAS, ADORADORES DE IMAGENS, SERÁ QUE ELES TEM RAZÃO, OU MAIS UMA VEZ INTERPRETAM A BIBLIA DE FORMA ERRÔNEA.

ABAIXO SEGUE UM ESTUDO SOBRE IMAGENS....

“Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo,sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqüidade dos pais nos filhos, nos netos e nos bisnetos daqueles que me odeiam,” (Ex 20,5)

“De que serve a imagem esculpida para que o escultor a talhe? E o ídolo fundido, que só ensina mentiras, para que o artífice nele ponha a sua confiança, fabricando divindades mudas? Mas o Senhor reside em sua santa morada; silêncio diante dele, ó terra inteira!” (Hab 2, 18-19)

VEJA O QUE O SENHOR PEDIU QUANDO ORDENOU CONSTRUIR A ARCA DA ALIANÇA:

“Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas
extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro, fixando-os de
modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão
esses querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com
elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada. Colocarás a tampa
sobre a arca e porás dentro da arca o testemunho que eu te der. Ali
virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que
estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens
para os israelitas.” (Ex 25, 18-22)

1. ADORAR VS VENERAR

Poderão dizer que venerar e adorar são a mesma coisa, pois o dicionário Aurélio traz esta como sinônimo daquela. Vamos ver?
Bem, nenhum dicionário é tratado de epistemologia, de hermenêutica ou de exegese. E qualquer estudo mais sério de sinonímia dirá que não há sinônimo que seja absolutamente equivalente.
Ainda que se existem duas palavras distintas para designar algo ou uma ação, é porque cada uma delas dá um matiz diverso da coisa ou da ação designada. Se duas palavras são absolutamente idênticas, a língua tende a eliminar uma delas.
Assim, adorar não é venerar, nem, muito menos, idolatrar. Cada uma dessas palavras tem sentidos diferentes.
Adorar significa reconhecer como Deus, criador de todas as coisas. Idolatrar, embora o Aurélio não explique isso, significa em certo sentido o oposto, pois designa a ação de adorar uma criatura em vez de adorar o Criador.
Materialmente, a ação de adorar e a ação de idolatrar são idênticas. Formalmente são opostas.
No II livro dos Reis (18,3-4) que o Rei Ezequias destruiu a serpente de bronze feita por Moisés.
“Fez o que é bom aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai. Destruiu os lugares altos, quebrou as estelas e cortou os ídolos de pau asserás. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés tinha feito, porque os israelitas tinham até então queimado incenso diante dela. (Chamavam-na Nehustã).” 2Rs (18,3-4)

Pois o que prova esse texto?
Prova:
1) que Moisés fizera de fato uma serpente de bronze;
2) que essa serpente fora conservada pelos judeus durante longo tempo;
3) que eles acabaram por adorá-la ou a prestar-lhe culto indevido;
4) que por isso, Ezequias a quebrou.

Teria agido mal Moisés ao fazer a serpente de bronze? É claro que não, pois foi o próprio Deus quem ordenou fazê-la e olhar para ela para que os judeus se curassem.
Erraram os judeus conservando-a? É evidente que não, porque mostravam gratidão e obediência a Deus. E entre os que conservaram estavam Moisés, Josué, os Juízes, Daví, Salomão. Será que todos eles estavam errados?
Quando a transformaram abusivamente em ídolo, Ezequias a destruiu. Abusus non tolit usum. O abuso não tolhe o uso. Se alguém abusa do culto de dulia ( No cristianismo Dulia (do grego δουλεια, "douleuo" que significa "honrar"), é um termo teológico que significa a honra o e culto de veneração devotados aos santos. A veneração especial devotada a Maria chama-se hiperdulia (‘υπερδουλεια). É praticado pelas Igrejas Católica, Ortodoxa e alguns grupos da Igreja Anglicana) de um santo e de sua imagem, e passa da veneração a idolatria, isso é um abuso condenável que não proíbe nem invalida o culto de dulia - e não de latria (Culto a Deus) - de um santo e de sua imagem.
Erraram depois os judeus transformando-a em ídolo? Evidente que sim, e, por isso fez bem Ezequias em destruí-la. Portanto, enquanto não se adora uma imagem como se fosse Deus, é lícito tê-la e mesmo “olhar para ela para ser curado” como Deus mandou.
E nenhum católico de verdade olha para uma imagem de Nossa Senhora e dos santos julgando que sejam Deus e adorando essas imagens. Nós as veneramos tal como um filho venera o retrato de sua mãe.
E quando rezamos para Nossa Senhora, só repetimos o texto de São Lucas — “Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”. (Lc 1,28). Em São Lucas se lê ainda: “Todas as gerações me chamarão de bem aventurada” (Lc 1,48). Todas as gerações chamarão a Virgem Maria de bem aventurada.
Nosso Senhor Jesus Cristo escolheu doze apóstolos para ensinar a todos quem Ele era, e quem não ouve esses mediadores de Cristo, não ouve o próprio Cristo: “Quem vos ouve, a Mim ouve” (Lc 10,16).
Cristo exigiu que ouvíssemos seus apóstolos e evangelistas como “mediadores segundos”, entre Deus e nós.
E a Pedro Ele disse:
“E tu, depois de convertido confirma teus irmãos (Lc 22,32)”. A nenhum outro Ele deu essa missão.
“Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,19)

2. DEUS PROÍBE A CONFECÇÃO DE IMAGENS?

“Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas
extremidades do propiciatório.” (Ex 25,18)
Muitas vezes andando nas ruas encontramos pessoas vestidas com ternos e com uma Bíblia na mão, ensinando que usar imagens em igrejas é idolatria.
Por este motivo costumam chamar os católicos de idólatras, isto é, adoradores de ídolos, que quer dizer adoradores de falsos deuses. E ainda acusam a Igreja Católica de ensinar a adoração destas imagens.
Os protestantes encaram o uso das imagens sacras como um insulto ao mandamento divino que consta em Ex 20,4 que proíbe a confecção delas.
A Igreja Católica sempre defendeu o uso das imagens. Estaria a Igreja Católica desobedecendo a ordem divina em Ex 20,4?
A Igreja Católica é a guardiã da doutrina ensinada pelos apóstolos e por Cristo, sem lhe inculcar qualquer mudança. Se ela quisesse mesmo agir contra a ordem divina, teria adulterado a Bília nas passagens em que há a condenação das imagens.
Na Bíblia católica – pois a Bíblia protestante não contém sete livros relativos ao Velho Testamento – O Livro da Sabedoria condena como nenhum outro a idolatria (Sb 13-15). Não poderia a Igreja repudiar o livro como fizeram os protestantes?
Na Sagrada Escritura há outras passagens que condenam a confecção de imagens como por exemplo: Lv 26,1; Dt 7,25; Sl 97,7 e etc. Mas também há outras passagens que defendem sua confecção como: Ex 25,17-22; 37,7-9; Nm 21,8-9; 1Rs 6,23-29.32; 7,26-29.36; 8,7; 1Cr 28,18-19; 2Cr 3,7,10-14; 5,8; 1Sm 4,4 e etc.
“Tudo isso, disse Davi, todos os modelos destas obras, foi o Senhor quem me ensinou por um escrito de sua mão”. (1Cr 28,19) Pode Deus infinitamente perfeito entrar em contradição consigo mesmo? É claro que não. E como podemos explicar esta aparente contradição na Bíblia?
Isto é muito simples de ser explicado. Deus condena a idolatria e não a confecção de imagens.
Quando o objetivo da imagem é representar, ou ser um ídolo que vai roubar a adoração devida somente a Deus, ela é abominável. Porém quando é utilizada ao serviço de Deus, no auxílio à adoração a Deus, ela é uma benção. Vejamos os textos abaixo:
“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em
cima nos céus, nem embaixo da terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te
encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o Senhor teu Deus, sou zeloso, que
visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira geração daqueles que me
aborrecem.” (Ex 20,4-5)
Note que nesta passagem a função da imagem é roubar a adoração devida somente a Deus. O texto bíblico condena a confecção da imagem porque ela está roubando o culto de adoração ao Senhor. A existência deste mandamento se deve pelo fato do povo judeu ser inclinado à idolatria, por ter vivido no Egito que era uma nação idólatra e por estar cercado de nações pagãs, que não adoravam a Deus, e que construíam seus próprios deuses. Deus quer dizer aqui “não construam deuses para vocês, pois Eu Sou o
Deus Único e Verdadeiro”.
“Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas
extremidades do propiciatório. Farás um querubim na extremidade de uma parte, e
outro querubim na extremidade de outra parte; de uma só peça com o propiciatório
fareis os querubins nas duas extremidades dele.” (Ex 25,18-19)Neste versículo, Deus ordena a Moisés que construa duas imagens de querubins que serão colocadas em cima da arca-da-aliança, onde estavam as tábuas da lei, dos dez mandamentos. Veja que os
querubins aqui não são objetos de adoração, mas de ornamentação da arca. Salomão também manda construir dois querubins de madeira, que serão colocados no altar para enfeitar o templo (1Rs 6,23-29).
Para deixar mais claro ainda a proibição e a permissão do uso das imagens sacras, vejamos os próximos versículos:
“E o Senhor disse a Moisés: “Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um
poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo. Moisés fez, pois, uma
serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma
serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida”. (Nm 21,8-9)
“Destruiu os lugares altos, quebrou as estelas e cortou os ídolos de pau asserás.
Despedaçou a serpente de bronze que Moisés tinha feito, porque os israelitas tinham
até então queimado incenso diante dela. (Chamavam-na Nehustã).”(2Rs 18,4)
Note que no primeiro texto de Nm 21,8-9, Deus não só permitiu o uso da imagem, como também a utiliza para o seu serviço; e a transforma em objeto de benção para seu povo, sinal de Seu amor por Israel.
E no segundo texto de 2Rs 18,4 a mesma serpente de metal que outrora foi construída por Moisés,é repudiada por Deus. Tornou-se objeto de adoração pois “os filhos de Israel lhe queimavam incenso”. Deram a ela o culto devido somente a Deus. A Serpente de metal perdeu como nos mostra o texto, o seu sentido original, porque os filhos de Israel “não tinham escutado a voz do Senhor, seu Deus, mas tinham quebrado a sua aliança, recusando-se a ouvir e executar o que ordenara Moisés, servo do Senhor”.(2Rs 18,12)
Aí fica mais que claro que Deus não condena o uso das imagens sacras e sim a idolatria. É importante lembrarmos que há muitas outras formas de idolatria, como o amor ao dinheiro, aos bens materiais, etc; que substituem o amor que devemos ter somente por Deus.
Seria uma grande blasfêmia considerar Deus como incoerente, já que num lugar da Bíblia manda fazer imagens, esquecido que no outro lugar o teria proibido! Ora, os primeiros cristãos martirizados aos milhares porque se recusaram a adorar imagens de deuses falsos, estudaram a Bíblia com mais atenção e respeito. Eles não tiravam esses trechos proibitivos de seu contexto e, comparando-os com outros, ficaram
convencidos de que Deus proíbe apenas fazer imagens de deuses falsos, e adorá-los - como o faziam os vizinhos pagãos, - mas Ele não proíbe fazer outras imagens.
Eis o verdadeiro sentido desta proibição bíblica, no seu contexto : “Eu sou o Senhor teu Deus que te fez sair do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura alguma do que (daqueles falsos deuses, que na errada imaginação dos pagãos) está em cima nos céus, ou debaixo sobre a terra, ou nas águas, de baixo da terra. Não te prostrarás diante deles e não lhes prestarás culto, (à imitação dos pagãos) ( Ex 20,2-5 ).
Por isso os primeiros cristãos pintaram nas catacumbas muitas imagens das cenas bíblicas do Antigo e Novo Testamento, e legaram , para a veneração dos séculos posteriores, as imagens de Cristo-Sofredor, na toalha de Verônica, e no sudário sepulcral, guardado em Turim na Itália.
Alguns santos dos primeiros séculos afirmavam que as imagens da Bíblia, Via Sacra, de Jesus crucificado e dos santos são o único “livro” que também os pobres e analfabetos entendem e aproveitam. Isso vale, ainda hoje, para milhões de pessoas.
O sentido da veneração das imagens, segundo a tradição dos apóstolos, está resumido nesta bênção de imagens, do Ritual Católico:
“Deus eterno e Todo-Poderoso, não reprovais a escultura ou pintura das imagens dos santos, para que à sua vista possamos meditar os seus exemplos e imitar as suas
virtudes. Nós vos pedimos que abençoeis e santifiqueis esta(s) imagen(s), feita para
recordar e honrar o vosso Filho Unigênito e nosso Senhor Jesus Cristo (ou: o(s)
Santo(s) NN). Concedei a todos os que diante dela(s) desejarem venerar e glorificar o
vosso Filho Unigênito (ou: o(s) Santo(s) NN.), que por seus merecimentos e
intercessão, alcancem no presente a vossa graça e no futuro, a glória eterna. Por
Cristo, Nosso Senhor. Amém”.

3. CONCLUSÃO

Trens não andam sozinhos, mas sem o trem o maquinista não nos levaria ao nosso destino. Deus faz o mesmo. Ele valoriza pessoas e coisas na devida ordem. Fazemos o mesmo. Usamos os objetos como o maquinista usa o trem. Sem o maquinista o trem não vai a lugar nenhum. Pessoas são sujeitos, objetos serão sempre objetos.
Deus é todo poderoso e por isso mesmo pode fazer o que quiser e como quiser. Pode fazer uso de pessoas, palavras, gestos e sinais. Se ele quiser nos dar sua mensagem por um anjo, ou por uma pessoa, ou por algum objeto, é seu direito. Objetos também podem traduzir um sinal de Deus. Mas daí a dizer que um objeto é milagroso é um passo gigantesco. Moisés fez brotar água da rocha, mas nem a rocha, nem a água,
nem a vara eram milagrosas; nem Moisés. Milagroso foi e é Deus. Deus fez uso de Moisés, da vara, da água e da rocha para ensinar aos Israelitas o quanto Ele se importa. O Mar Vermelho não era milagroso: Deus, sim. Lugares podem ser santos e especiais, mas milagroso, só Deus. Imagens podem ser veículo para a fé
que, se pode transportar montanhas, pode se valer de algum sinal para operar. Mas é Deus quem faz o milagre.
Dizer que Deus não usa de objetos é não entender a Bíblia. É claro que ele usou de imagens, da sarsa em fogo, da Arca, da serpente de bronze, dos querubins de ouro e de profetas para anunciar Sua presença. Pode usar hoje de imagens que levem a Ele. Por isso, acusar de idolatria todo aquele que usa imagens é cometer pecado e crime de calúnia. Os irmãos protestantes mais exaltados que tomem cuidado
com suas acusações porque ter imagens é bíblico e correto, desde que se faça uso correto delas. Também é bíblico que não se deve atribuir poder a objetos. Nesse caso acontece a idolatria. Uma fé pode chamar o milagre que só Deus opera, mas através de pessoas e sinais. Jesus não teria usado barro e saliva se usar objetos fosse pecado. Usados corretamente eles ajudam a fé. Inclusive as imagens ajudam. Fanáticos nunca
entenderão isso, mas Jesus já disse o que pensa desses boanerges de ontem e de hoje! (Mc 3,17); (Lc 9,54).
Para terem o apelido de Filhos do Trovão, deviam ser muito exagerados e espalhafatosos. E eram!

Nós católicos não sentimos vergonha de nossos óleos, águas, velas, terços,
medalhas e imagens. Se acreditássemos que aqueles objetos têm poder próprio então
cometeríamos, sim, a idolatria. Mas se sabemos que objetos são apenas sinais e que o
poder é de Deus que usa o que ele bem entender para mostrar que nos ama, então,
estamos agindo corretamente. A Bíblia condena a idolatria das imagens, mas permite o
uso correto das mesmas. Mas o milagre, quem faz é Deus. Coisas continuam coisas. Elas
não possuem nenhum poder, mas Deus, que tem poder sobre todas as coisas, pode usá-las.
Ninguém manda em Deus. Deve ser por isso que Jesus fez uso de coisas para chegar às pessoas. É só ler a Bíblia com mais atenção. Não há objetos milagrosos, mas
Deus já usou muitos objetos para fazer milagre.
Está claro ou começamos tudo de novo?

Jesus teve outros irmãos?

Jesus foi o primogênito e o unigênito da família de Nazaré. Quanto aos “supostos irmãos de Jesus” a Bíblia não os mencionam como “filhos de Maria”. Somente o Mestre é chamado “filho de Maria”, com o artigo no original (Marcos 6,3).

Antes de aprofundar no assunto, é bom lembrar 05 pontos fundamentais:

Primeiro – se Jesus teve irmãos, porque Maria é chamada “Mãe de Jesus?” e nunca mãe do “irmãos de Jesus?”

Segundo – A família de Nazaré aparece apenas com 03 pessoas. Jesus, Maria e José.

Terceiro – porque seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da páscoa e Jesus nunca aparece ao lado dos “supostos irmãos?”

Quarto – Porque Jesus entrega sua mãe aos cuidados de João o Evangelista, e não aos “supostos irmãos?”

Quinto – porque esses “supostos irmãos” não aparecem na crucificação de Jesus?

A Bíblia deixa bem claro, quando se trata de um filho, e quem são os pais. Para entender melhor citemos alguns textos:

No Antigo Testamento

“Adão conheceu outra vez sua mulher, e esta deu à luz um filho, ao qual pôs o nome de Set, dizendo, Deus deu-me uma posteridade para substituir Abel, que Caim matou”. (Gênese 4, 25)

“Então falou Deus a Noé, sai da arca, com tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos” (Gênese 8, 15-16) Confira mais em: (Gênese 5,1-32) (Gênese 10, 1-32) (Gênese 11, 10-32) onde se fala de filhos e filhas.

No Novo Testamento

“Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mateus 1, 21).

“Senhor, tem piedade de meu filho, porque é lunático e sofre muito: ora cai no fogo, ora cai na água...” (Mateus 17,15).

“Respondeu um homem dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo” (Marcos 9,17).

“Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade” (Lucas 7,12).

“Porque tinha uma filha única, de uns doze anos, que estava para morrer. Jesus dirigiu-se para lá, comprimido pelo povo” (Lucas 8,42).

Em centenas e centenas de textos Bíblicos, fica muito claro, onde se fala de filhos e de pais, e os protestantes afirmam por paus e pedras que, Jesus teve irmãos. Para isso se baseiam em (Marcos 6,3) “Por acaso não é ele o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão?”.

Explicação:

A palavra irmão, aqui tem o significado de “parente próximo, pois a língua hebraica não era rica para definir parentes próximos”.

- Quem eram Tiago, José, Judas e Simão?

Explicação: A mãe de Jesus tinha uma parente que se chamava também Maria, casada com Cleófas.
- De fato lemos na Bíblia: “Perto da cruz de Jesus, permanecia de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas.” (João 19,25)
- Tiago e José eram filhos de Cléofas com a parente de Nossa Senhora, que se chamava Maria.
- logicamente Judas era irmão de Tiago. De fato lemos: “Judas, irmão de Tiago” (Judas 1 e Lucas 6,16) todos eles eram primos de Jesus, ou parentes próximos, como Simão pelo mesmo motivo.

Há muitos exemplos na Bíblia em que os parentes próximos são chamados de irmãos: “Disse Abraão a Lot: Peço-te que não haja rixas, pois somos irmãos.” (Gênesis 13,8) - Abraão não era irmão de Lot, mas tiio.
- “Eleazar morreu e não teve filhos, mas filhas e estas se casaram com os filhos de Cis, seus irmãos.” (1 Crônicas 23,22) - As filhas de Eleazar eram primas dos filhos de Cis.
- Ver também: (Êxodo 2,11) (Mateus 23,8) (Gênesis 9,6) (Mateus 5,21-22) (1 Coríntios 15,6).

Respondendo objeções

1ª Objeção: os “Irmãos de Jesus”. É assim que a Bíblia se refere nominalmente a quatro pessoas: Tiago, José, Judas e Simão (Marcos 6,3). Eles seriam, irmãos carnais de Jesus, concluem os protestantes.
No entanto, nada mais falso, pois três desses “Irmãos de Jesus”, têm seus pais nomeados na Bíblia. Vejamos: o 1º é Tiago. É ele, segundo (Gálatas 1,19), Tiago Apóstolo, o Menor (Marcos 15,40), cujo pai é Alfeu (Mateus 10,3); o 2º, José, é irmão carnal de Tiago, pois ambos são filhos de uma das três Marias que estiveram ao pé da Cruz (Mateus 27,56), e cujo irmão pai é também Alfeu; o 3º é Judas, o Tadeu, que também é irmão de Tiago (Judas 1,1). Seu pai é também Alfeu. São Lucas o chama “Judas de Tiago” ou seu irmão (Lucas 6,16).
O último da lista é Simão, cujos pais não têm os nomes expresso na Bíblia. Mas o historiador Hegezipo (sec. II), informa que ele é filho de Cléofas, esposo de “Maria, irmã da Mãe de Jesus” (João 19,25). Ele é, pois, primo de Jesus. E se Cléofas e Alfeu são nomes em hebraico e aramaico da mesma pessoa, como pensam muitos, os quatro chamados “irmãos de Jesus” são entre si, irmãos carnais. Em qualquer hipótese eles são primos ou parentes de Jesus.
De fato, é muito comum na Bíblia, parentes próximos serem chamados de irmãos. É só conferir (Gênesis 13,8) comparado com (Gênesis 12,5 e 11,28-31) (Gênesis 29,13 e 15) (Levítico 10,4) (1 Crônicas 23,22) etc.

2ª Objeção: ela é tirada do título de “primogênito” atribuído a Jesus em Lucas 2,7. Daí concluem os protestantes que Maria teve outros filhos além de Jesus.
Isso revela grande ignorância, pois “primogênito” é termo jurídico da Bíblia que tem significado bem determinado: é o primeiro filho, quer venha outro, quer não. Não se esperava por outro filho para que o 1º fosse tido e tratado como primogênito a vida toda.
Confirma isto o túmulo, recém-descoberto, de uma judia do 1º século, com a inscrição: “Aqui jaz Arsinoé, morta ao dar à luz o seu primogênito”.
3ª Objeção: é tirada de (Mateus 1,25), onde se lê: “E José não a conheceu até que ela deu à luz. . .” os protestantes concluem que a conheceu depois.
Mais uma vez outra falsa conclusão. Parece desconhecerem que a expressão “até que” é, na Bíblia, um hebrismo que significa “Sem que”, invertendo-se os termos da frase. Significa, então, que Maria “deu á luz sem que José A tivesse conhecido”, e nada mais.
São incontáveis os exemplos disso na Bíblia. Eis apenas um: “O coração do justo está firme e não temerá “até que” veja confundidos os seus inimigos” (Salmos 111,8). Ora, se não temeu antes, não temerá depois. O sentido é: “os inimigos serão confundidos sem que o coração do justo tema”. Assim Mateus quis apenas afirmar que “Maria concebeu sem participação de José”. Conferir na Bíblia outros casos desse modo de falar: (Deuteronômio 7,24) (Sabedoria 10,14) (Salmos 56,2 71,7; 93,12-13; 109,1) (Isaias 22,14) (Mateus 5,18 22,44) (Hebreus 1,13; 10,12-13; etc.)
4ª e última objeção: é tirada de (Mt 1,18) onde se lê que Maria concebeu do Espírito Santo “antes que coabitassem”. Os protestantes concluem erradamente que conheceu depois.
Isso porque eles não se importam com o contexto literário e histórico da Bíblia. E tomam, no caso, “coabitar” no sentido de relação carnal, quando, pelo contexto, e pelo modo como os judeus se casavam, só cabe o sentido de “morar juntos”.
De fato, o casamento dos judeus era feito em duas etapas: a 1ª se realizava na casa dos pais da moça em cerimônia simples. Marcavam-se então as núpcias festivas - era a segunda etapa - na qual a esposa era levada para a casa do esposo. Era esta a coabitação (morar juntos), de que fala o evangelista no citado texto. Foi entre essas duas cerimônias que se deu o mistério da Encarnação.

Conclusão

Segundo a Bíblia, a Tradição e o Magistério da Igreja, Maria teve um único filho, e disso, nós temos certeza.