quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Inicio da RCC

E ASSIM TUDO COMEÇOU



Por Edna Lúcia

(Coordenadora o Grupo de Oração Sacrário Vivo)





O início da Renovação Carismática Católica é a maior prova de que o Espírito Santo de Deus sopra onde quer, sem precisar da interferência do homem. O próprio Espírito suscitou o Movimento dentro da Igreja. Escolheu e capacitou os escolhidos. Provocou todas as transformações e libertou as testemunhas, as quais dão provas do poder de Deus em suas vidas e na Igreja. (Jo 3,8) “O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes donde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito.”

O Século XX foi definido como sendo o Século da Igreja Católica, tendo sido neste século o avivamento do Espírito Santo dentro dessa mesma Igreja. Isso aconteceu com o surgimento de vários movimentos, mas especialmente com o surgimento da Renovação Carismática Católica, derramando uma Água Viva sobre a Igreja. A mesma Água e o mesmo Espírito prometidos por Jesus, trazendo assim a presença libertadora do Espírito Santo. (Jo 4,10) “Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele lhe daria uma água viva”. (Jo 16,13) “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.”

O Papa Leão XIII publicou em maio de 1897, a Encícica Divinum Illud Múnus sobre o Espírito Santo a qual diz que: "lamentando que o Espírito Santo fosse pouco conhecido e apreciado, concita o povo a uma devoção ao Espírito". Essa “fala” do Papa levou a Igreja a refletir sobre o papel do Espírito Santo dentro da Igreja Católica Apostólica Romana.

A História da Igreja Católica começou a ser mudada a partir da convocação de 25 de dezembro de 1961, através da Constituição Apostólica Humanae Salutis. Daí iniciou-se a mudança dentro da Igreja ficando como marco o Concílio Vaticano II (1962-1965).

Um dos maiores méritos do Concilio, entre tantos, foi o de descobrir, ou redescobrir, os movimentos dentro da Igreja, como: Movimento Bíblico, Movimento Ecumênico, entre tantos outros. Mas todos traziam algo em comum: "renovar a vida da Igreja e dos batizados a partir de um retorno às origens cristãs”.

Finalmente, depois de quatro etapas conciliares, o Papa Paulo VI encerrou o Concílio Ecumênico Vaticano II, também conhecido como “O Concílio do Espírito Santo” em uma cerimônia ao ar livre, na Praça de São Pedro, em Roma, no dia 8 de dezembro de 1965.

O Concílio Vaticano II foi uma resposta de Deus ao pedido ardente de João XXIII, o qual havia suplicado o derramamento do Espírito Santo na Igreja Católica, pois o Papa estava consciente de que a Igreja necessitava de um novo pentecostes.

Para o Concílio Vaticano II, o Concílio do Espírito Santo, a Igreja é intrinsecamente Carismática, não havendo distinção entre "carisma" e "ministério" ou "carisma" e "instituição", sendo todos iguais perante o documento, e essenciais para a vida da Igreja. A partir daí tomou-se nota de que o Espírito Santo guia a Igreja e a "unifica na comunhão e no ministério; dota-a e dirige-a mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos".

A Renovação Carismática foi um evento, que permanece firme até os dias de hoje, que está intimamente ligada ao Concilio Vaticano II. A Renovação Carismática surgiu na Igreja em um momento de necessidade de trilhar caminhos que levassem à Renovação da Igreja. Um desejo ou uma ordem do Concilio Vaticano II.

E não deu outra.

Em 1966, o Espírito Santo começou a agir fervorosamente dentro da Igreja. Menos de um ano depois do Concilio, um fenômeno começou a surgir na Igreja e já veio denominado de RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA.

Um grupo de Universitários, da Universidade de Duquesne, em Pettsburg, na Pensylvania, nos Estados Unidos, em um retiro, datado de 17 a 19 de fevereiro de 1967, foram os primeiros a receber a graça do derramamento do Espírito Santo dentro da Igreja. Isso mudou radicalmente, não apenas a vida deles, mas a história da Igreja Católica.

Uma das Universitárias que participou do retiro escreveu em uma carta ao seu professor, dois meses depois do acontecido: “Tivemos um Fim de Semana de Estudos nos dias 17-19 de fevereiro. Preparamo-nos para este encontro, lemos os Atos dos Apóstolos e um livrinho intitulado ‘A Cruz e o Punhal’ de autoria de David Wilkerson. Eu fiquei particularmente impressionada pelo conhecimento do poder do Espírito Santo e, pelo vigor e a coragem com que os apóstolos foram capazes de espalhar a Boa Nova, após o Pentecostes. Eu supunha, naturalmente, que o Fim de Semana me seria proveitoso, mas devo admitir que nunca poderia supor que viria a transformar a minha vida!

Durante os nossos grupos de discussão, um dos líderes colocou em tela o fato de que nós devemos confirmar constantemente os nossos votos de Batismo e de Crisma, assim como devemos ter a alma mais aberta para o Espírito de Deus. Pareceu-me curioso, mas um pouco difícil de acreditar quando me foi dito que os dons carismáticos concedidos aos apóstolos são ainda dados às pessoas nos dias atuais – que ainda existem sinais do poder divino e milagres – e que Deus prometeu emanar o seu Espírito para que se fizesse presença a todos os seus filhos. Decidimos, então, efetuar a renovação dos votos de Batismo e de Crisma como parte do serviço da missa de encerramento, no domingo à noite. Mas, no entanto, o Senhor tinha em mente outras coisas para nós!...

No sábado à noite, tínhamos programado uma festinha de aniversário para alguns dos colegas, mas as coisas foram simplesmente acontecendo sem alternativa. Fomos sendo conduzidos para a capela, um de cada vez, e recebendo a graça que é denominada de Batismo no Espírito Santo, no Novo Testamento. Isto aconteceu de maneiras diversas para cada uma das pessoas. Eu fui atingida por uma forte certeza de que Deus é real e que nos ama. Orações que eu nunca tinha tido coragem de proferir em voz alta, saltavam dos meus lábios. (...) Este não era, pois um simples bom fim de semana, mas, na realidade, uma experiência transformadora de vida que ainda está prosseguindo e se desenvolvendo em crescimento e expansão.

Os dons do Espírito já são hoje manifestados – e isto eu posso testemunhar, porque tenho ouvido pessoas orando em línguas, outras praticam curas, discernimento de espíritos, falam com sabedoria e fé extraordinárias, profetizam e interpretam.

(…) Eu me vi, de repente, conversando com as pessoas sobre Cristo, e, vendo desde logo o resultado desse trabalho! Eu jamais teria ousado fazer essas coisas no passado, mas agora, é ao contrário: é impossível deixar de fazê-lo. É como disseram os apóstolos depois de Pentecostes: ‘Como podemos deixar de falar sobre as coisas que vimos e ouvimos!’ “

Esse evento ficou conhecido em todo o mundo como “O Fim de semana de Duquesne”. Podemos dizer, então, que esse foi o marco inicial da Renovação Carismática Católica, partindo dos Estados Unidos para todo o mundo, passando por todos os continentes, países, cidades e até a nossa pequena Paróquia de Dom Orione, chegando até você que lê esse ensino.

A manifestação do Espírito Santo vivido por aqueles universitários, tendo como característica o reavivamento da fé através da oração pessoal e comunitária, do desejo de pregar o Evangelho, da manifestação dos dons carismáticos, da mudança de vida e do amor pela Santa Madre Igreja e aos irmãos, se estende até os dias de hoje e continua sendo o presente de Deus para todos aqueles que se predispõem a viver o pentecostes.

Naturalmente surgiram os Grupos de Oração, as Comunidades de Vida e foram se organizando, através das reuniões, seminários e encontros, grupos de formação, entre tantos outros. Os testemunhos foram se multiplicando e mais uma vez a promessa de Deus foi se cumprindo. Os coxos, os aleijados, os pecadores, os ex presidiários, os viciados, os “tortos” e muitos outros, foram se convertendo e se transformando em testemunhas vivas do poder de Jesus. (Joel 3, 1-5) “Depois disso acontecerá que derramarei meu Espírito sobre todo ser vivo: vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões. Naqueles dias derramarei também o meu Espírito sobre os escravos e as escravas. Farei aparecer prodígios no céu e na terra, sangue, fogo e turbilhões de fumo. O sol converter-se-á em trevas e a lua, em sangue, ao se aproximar o grandioso dia do Senhor. Mas todo o que invocar o nome do Senhor será poupado, porque, sobre o monte Sião e em Jerusalém, haverá um resto, como o Senhor disse, entre os sobreviventes estarão os que o Senhor tiver chamado.” E mais em: (Is 43, 9-10) “Que todas as nações se congreguem e que os povos se reúnam! (...) Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que eu escolhi, a fim de que se reconheça e que me acreditem e que se compreenda que sou eu. Nenhum Deus foi formado antes de mim, e não haverá outros depois de mim.”

Apesar de ter seu marco inicial em Duquesne, nos Estados Unidos, não se pode dizer que seja um Movimento Americano. Ao contrário disso, a Renovação Carismática Católica é um ato do Espírito Santo dentro da Igreja e explodiu quase que simultaneamente em todos os cantos da terra. Só podemos atribuir esse fogo expansivo ao próprio Espírito Santo. Ao desejo intrínseco no coração do próprio Deus. É o que disse o Cardeal Suenens “sem nenhum contato entre si, parece que o Espírito Santo suscitou em vários lugares do mundo experiências que, se não são iguais, certamente são semelhantes”.





Edna Lúcia Goulart Barbosa

Coordenadora do Grupo de Oração Sacrário Vivo

Renovação Carismática Católica

Paróquia Dom Orione – Palmas - TO

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